Novos Recursos de Rede no Windows Server 2012
Ao escolher uma placa de rede para utilizar com o Windows Server 2012 algumas considerações são importantes. A escolha de uma placa de rede ideal, seja para virtualização, File Server, SQL ou outra função.
A tabela abaixo demonstra como os recursos de placas de rede deve ser configurado conforme a função que o servidor fisico irá desempenhar:

Saber como estes recursos funcionam pode não ser o desejo de consumo da maioria dos IT Pros, mas o ganho de performance é considerável e por isso se tornam um item que deve ser configurado.
Placas de rede para uso em servidores possuem um processador específico para desenvolver as tarefas de controle de interrupções, enfileiramento de mensagens e outras funções que liberam o processador (CPU) do computador de ter que lidar com o tráfego de rede.
Abaixo vemos a configuração de Interrupções (Ch0), onde podemos habilitar o processador da placa a realizar o controle de multiplos usos da placa ao invés da CPU. Isso acontece, por exemplo, no momento em que várias aplicações acessam a rede. Se a placa de rede é offboard vale a pena, se a placa é onboard sua CPU é menos eficiente que a CPU do computador, e o recurso não valeria a pena:

Os recursos Large Offload permitem indicar se a placa ou o SO irá fazer a transformação de pacotes em frames. Por exemplo, se um dado trafegado é maior que o pacote padrão de 1500 bytes (9000 em Jumbo Frame) ele é dividido em diversos pacotes. Os recursos de offload irão indicar que a placa é responsável por transformar o pacote em frames. Ligar este recurso para servidores de email e streaming não seria indicado, uma vez que estes tipos de pacote podem naturalmente ser perdidos e retransmitidos:

Já o RSS faz com que pacotes vindo de uma mesma conexão TCP/UDP sejam processadas sempre pelo mesmo processador principal. Em maquinas multiprocessadas ou mesmo multi-core este recurso faz com que cada conexão fique como que fidelizada ao mesmo processador, evitando que um pacote seja distribuido entre processadores e acabe por causa overload na CPU.
Para maquinas virtuais e NIC Team o recurso RSS é utilizado automaticamente quando se habilitou o SR-IOV no Virtual Switch, que permite que VMs no Windows 2012 acessem os recursos fisicos das placas de rede nativamente, como os que já abordei.
O recurso RSC junta pacotes pequenos para criar um unico pacote. Por exemplo, ele permitirá juntar 3 pacotes de 400 bytes em um unico de pacote de 1500 bytes, economizando cabeçalhos e pacotes na rede. Obviamente que com este recurso melhoramos o meio fisico de comunicação, jogando um numero menor de pacotes no cabo de rede.
O RDMA é um recurso que permite e dá suporte ao SMB Direct, um novo recursos dos File Servers. Este recurso permite que dados na memória de um servidor de arquivos seja transmitido diretamente a placa de rede, sem a necessidade da passagem pelo kernel do sistema operacional. Sua performance é similar ao Fibre Channel, que seria uma controladora dedicada (HBA). Sem o RDMA o recurso de Cluster Hyper-V baseado em SMB (File Share) fica comprometido em performance.
Importante: Quando em placas para acesso a storage iSCSI os recursos Offload, RSS e RDMA precisam estar desabilitados pois eles “seguram” os pacotes de dados, causando perda de pacotes e lentidão
Abordei alguns dos recursos existentes e que podem melhorar a performance de algumas funções como a tabela no inicio do artigo.
Se desejar detalhes sobre os recursos, acesse os links http://technet.microsoft.com/en-us/library/jj574168.aspx e http://technet.microsoft.com/pt-br/library/hh831795.aspx

Para mais informações sobre o Windows Server 2012, acesse: http://clk.atdmt.com/MBL/go/425205719/direct/01/
Novos SCOM Management Pack Para Windows Server 2012 e SCCM 2012 SP1–Atualizado em 20/05/2013
Recentemente foram liberados diversos Management Packs do System Center Operations Manager para Windows Server 2012.
Vários já estavam disponiveis, sendo os mais recentes:
É importante lembrar que todos os Management Packs podem ser encontrados pelo Pinpoint em http://systemcenter.pinpoint.microsoft.com/en-US/applications/search/operations-manager-d11?q=
Destaque para o pacote Network Devices que inclui recursos adicionais para equipamentos que suportem as interfaces MIB (RFC 2863) e MIB-II (RFC 1213), como a lista de VLANs para cada porta.
No Pinpoint podem ser encontrados os MPs tanto da Microsoft quanto de terceiros, sendo que os da Microsoft são gratuitos e os de terceiros na maioria pagos.
Se deseja procurar apenas os MPs gratuitos é possivel com o filtro: http://systemcenter.pinpoint.microsoft.com/en-US/applications/search/operations-manager-d11?fp=0&q=
Alem do filtro para gratuitos, é possivel filtrar pelo menu a esquerda pelo periodo em que foram liberados, sendo que demoram entre 1 a 2 semanas para serem publicados, como é o caso do primeiro da lista acima.
Conceitos de Storage para IT Pros 1 –Tipos de RAID e IOPS
Em uma série de palestras que ministrei do ano passado (TechEd 2011, SQLPass #127, MCT Summit e universidades), abordei o assunto sobre a escolha do melhor meio de armazenamento e os tipos de RAID disponiveis, com as vantagens e desvantagens de cada um.
Ainda é um assunto muito novo para IT Pros por conta de não ser abordado em cursos de faculdade, apenas em treinamentos técnicos de certificação.
Neste primeiro artigo irei abordar os tipos de RAID e o que são IOPS. Em um próximo artigo comentarei sobre tipos de controladora e arquiteturas disponives (Fibre Channel, HBA, SMB e iSCSI).
Parte 1 – Tipos de RAID
RAID é o acronimo de Redundant Array of Independent Disk ou “Agrupamento redundante de discos independentes”, o que indica o uso de diversos discos para criar uma estrutura de alta disponibilidade.
Os tipos de RAID podem ser simplificados pelo uso de 4 tipos principais, sendo:
RAID | Funcionamento e Nº de discos | Vantagens | Desvantagens |
0 – Stripped sem paridade | A partir de 2 discos, as informações são gravadas em ambos os discos de forma independentes, ou seja, metade de um arquivo em cada disco | Alta performance Baixo custo Total espaço disponivel | Sem redundância, qualquer disco que perder os outros não tem como recriar os dados perdidos, uma vez que as informações estão em todos os discos |
1 – Espelhamento (Mirror) | A partir de 2 discos, sempre em pares. Os dados são gravados em ambos os discos integralmente | Alta performance, na leitura utiliza os dois discos Alta redundância | Apenas metade da soma dos discos fica disponivel Alto custo por conta do espaço “perdido” |
5 – Stripped com paridade | A partir de 3 discos. A informação é gravada similar ao RAID 0, porem ele utiliza um algoritmo que a informação é gravada em um disco a mais para reconstrução de qualquer disco com erro | Boa performance Boa redundância Pouca perde de espaço útil | Perde-se sempre o equivalente a um disco Em caso de perda de mais de um disco não há como reconstruir |
6 – Stripped com paridade | A partir de 3 discos. A informação é gravada similar ao RAID 5, porem com 2 discos de paridade | Boa performance Boa redundância Menor perda de espaço que o RAID 1 | Perde-se sempre o equivalente a dois disco Em caso de perda de mais de dois disco não há como reconstruir |
10 – Espelhamento de RAID 0 | A partir de 4 discos, onde cada dois discos formam um RAID 0, sendo o segundo cópia do primeiro. É um misto de RAID 0 com RAID 1, porem no nivel do conjunto e não do disco | Alta performance Alta redundância | Perda de metade dos discos disponiveis Alto custo por conta da perda de espaço útil |
50 e 60 – Mirror de paridade | RAID 5 e 6 com os discos de paridade espelhados | Ótima redundância Boa redundância | Perda de mais um disco alem dos que já eram paridade Performance média |
O mais usado hoje é o RAID 5/10, já que eles tem boa performance e redundância, como mostra o gráfico abaixo:

Abaixo um gráfico de itens gerais e comparação entre os tipos de RAID 5/6/10/50:

Observação: Os dados acima foram colhidos no docuemnto “Choosing a Member RAID Policy” que é baseado na arquitetura do Dell Equallogic e não é necessário se cadastrar: http://www.dellstorage.com/WorkArea/DownloadAsset.aspx?id=1066
Parte 2 - O que são IOPS?
É o número de operações por segundo que um disco individual consegue chegar. Por exemplo, um disco SAS de 10K consegue em média 140 IOPS.
Esta velocidade é padrão na industria com variações entre modelos, mas podemos ter uma base do que é aceitável e o fabricante do disco poderá lhe informar este número.
Porem, note que a diferença é muito grande, principalmente levando em conta os novos discos SSD. Por exemplo, o disco X25-E da Intel (Veja o pdf com as caracteristicas em http://download.intel.com/design/flash/nand/extreme/extreme-sata-ssd-datasheet.pdf) chega a números 30 vezes maiores que os discos SAS e SATA.

Porque o IOPS é tão importante?
Esta pergunta é óbvia, mas a explicação pode não ser tão simples. Acontece que na maioria dos casos temos a tendencia de minimizar a questão dizendo que é “performance” ou “percepção do usuário” mas na verdade pode impactar diretamente no funcionando de um aplicativo, em alguns casos até inviabilizando.
Por exemplo, um ambiente Exchange 2003 com 2 mil caixas de correio precisa de 1,5 mil IOPS e este número não é fácil de alcançar. O SQL Server para um banco de dados do SharePoint precisa de 5 mil IOPS para funcionar.
Como calcular o IOPS?
Multiplique o total de discos pelo tipo de RAID e conseguirá o seu número. Segue alguns exemplos:

O RAID 1, RAID 10 ou RAID 0 irá lhe proporcional o maior numero de IOPS possivel, já o RAID 5 o calculo leva em conta 1 disco a menos e no RAID 50 2 discos a menos para as paridades.
Como conseguir o maior IOPS possivel com maior capacidade?
Temos tres formas de fazer isso:
- Utilize discos de alta performance, como os SAS de 15K ou o SSD, porem são caros e no caso do SSD de tamanhos de apenas 32/50/64/100GB
- Utilize o tipo de RAID apropriado para a performance e não visando o tamanho desejado como muitos hoje fazem, o que muitas vezes implica em utilizar RAID 10 para ter a performance total ao invés de RAID 50, perderiamos em capacidade mas ganhamos em performance
- Compre um storage que trabalha com as LUNs virtuais, ou seja, ele aloca os dados nos discos conforme a necessidade deste dado e não necessita dizer o tipo de RAID
Referencias interessantes
Como calcular IOPS para Exchange 2003 http://technet.microsoft.com/en-us/library/bb125019(EXCHG.65).aspx
Como calcular IOPS para Exchange 2010 http://technet.microsoft.com/en-us/library/ee832791.aspx
Como calcular IOPS para o SQL do SharePoint 2010 http://technet.microsoft.com/en-us/library/cc298801.aspx
Utilitário para medir IOPS para o SQL Server (SQLIO) http://www.microsoft.com/download/en/details.aspx?displaylang=br&id=20163

Para mais informações sobre o Windows Server 2012, acesse: http://clk.atdmt.com/MBL/go/425205719/direct/01/